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23.1.15

MARICATO, Ermínia. A bomba relógio das cidades brasileiras. Revista Democracia Viva, 2001.

A evolução dos acontecimentos mostrou que ao lado de intenso crescimento económico (7% em media entre 1940 e 1980), o processo de urbanização com crescimento da desigualdade resultou numa gigantesca concentração espacial da pobreza.

A segregação urbana é uma das faces mais importantes da exclusão social. Ela não é um simples reflexo mas também motor indutor da desigualdade.

Na periferia sem urbanização, a precariedade dos transportes e o alto preço são fatores que influem na baixa mobilidade dos moradores, frequentemente exilados em seus bairros precários. (Santos 1990).

Não é de se estranhar que em tais situações de segregação territorial pode ocorrer o desenvolvimento de normas, comportamentos, mecanismos, procedimentos extra legais que são impostos à comunidade pela violência ou que são aceitos espontaneamente e até desejados.

As áreas carentes dos equipamentos e serviços urbanos constituem fonte fértil para a relação política clientelista: a troca do voto pela melhoria urbana perpetua relações políticas arcaicas.

mídia principal propagadora do simulacro.

dar visibilidade para a “cidade oculta” que é hoje, na verdade, a cidade da maioria. Os excluídos urbanos deixaram de ser minoria. A exceção virou regra e a regra exceção.

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